INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Informações Técnicas sobre inseminação artificial

Entende-se por inseminação artificial a deposição mecânica do sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea. É preciso que fique claro que o homem apenas deposita o sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea; a fecundação, ou seja, a união do espermatozóide com o óvulo e a formação de um novo ser ocorrem naturalmente, sem a interferência do homem.

Vantagens da inseminação artificial

  • Melhoramento Genético
    Melhoramento do rebanho em menor tempo e a um baixo custo através da utilização de sêmen de reprodutores comprovadamente provados superiores para a produção de leite e carne.
  • Controle de doenças
    Pela monta natural, freqüentemente o touro pode transmitir às vacas algumas doenças e vice-versa, o que pelo processo da inseminação artificial não ocorre quando o sêmen é adquirido de empresas idôneas.
  • Cruzamento entre raças
    A inseminação artificial permite ao criador cruzar suas fêmeas zebuinas com touros taurinos e vice-versa, o que muitas vezes é dificultado na monta natural pela baixa resistência dos touros europeus a um ambiente desfavorável.
  • Prevenção de acidentes com a vaca
    Muitos acidentes podem ocorrer durante a cobertura de uma vaca por um touro muito pesado.
  • Prevenção de acidentes com o funcionário
    A inseminação artificial evita acidentes com o pessoal, que são comuns quando se trabalha com animais de temperamento agressivo.
  • Uso de touros incapacitados para monta
    Touros com problemas adquiridos e impossibilitados de efetuarem a monta, em razão de idade avançada, afecções nos cascos, fraturas, aderência de pênis, artroses, e outros impedimentos, poderão ser utilizados na inseminação artificial.
  • Aumento do número de descendentes de um reprodutor
    Sabe-se que um touro cobre anualmente, a campo, cerca de 30 vacas. Em regime de monta controlada pode servir a um máximo de 100 fêmeas, anualmente. Isso significa que, considerando 4 anos a vida reprodutiva de um touro, teremos um total de 120 a 400 filhos por animal, durante sua vida útil. Com a inseminação esse número é extraordinariamente aumentado, podendo um reprodutor ter mais de 100.000 filhos. Assim, fica fácil entender como a inseminação favorece o melhoramento do rebanho, pois esses touros superiores estão sendo usados em vários rebanhos, no país e mesmo no exterior com grande número de filhos nascidos.
  • Controle zootécnico do rebanho
    Através da IA e utilização de fichas de controle é possível a obtenção de dados precisos de fecundação e parto, facilitando a seleção dos melhores animais do rebanho..
  • Padronização do rebanho
    Utilizando-se poucos reprodutores em um grande número de vacas obtém-se homogeneidade dos lotes.
  • Uso de touros após a morte
    Com a possibilidade de congelamento e estocagem do sêmen é possível utilizar-se o sêmen de reprodutores após seu falecimento.
  • Redução da dificuldade em partos
    Através da utilização de touros que facilitem o parto reduz-se os problemas principalmente em novilhas.

Materiais Necessários

  • Botijão com nitrogênio líquido
  • Semen
  • Luvas descartáveis
  • Bainhas descartáveis
  • Aplicador
  • Termômetro
  • Cortador de palhetas
  • Pinça
  • Tesoura
  • Papel toalha ou higiênico
  • Garrafa térmica
  • Recipiente para descongelação de sêmen ou descongelador eletrônico
  • Detecção do Cio
  • Antes de se realizar a inseminação artificial propriamente dita, o inseminador deverá fazer o reconhecimento do cio da vaca.

Uma correta observação do cio é fundamental para o sucesso da inseminação. Em geral recomenda-se 2 ou mais observações diárias. Uma no início da manhã e outra no final da tarde, durante no mínimo 60 minutos cada. As vacas que estiverem no cio devem ser separadas, ou ter sua identificação anotada para posterior inseminação.

O cio é o período em que a fêmea fica parada enquanto outro animal salta sobre ela. Outros sinais são percebidos durante o cio, como inquietação, cauda erguida, urina constantemente, vulva inchada e brilhante, muco cristalino e transparente, perda de apetite, entre outros. Vale ressaltar que apenas a aceitação da monta garante que a fêmea está no cio.

O cio da vaca tem uma duração de 10 a 18 horas e um intervalo médio de 21 dias. O pré cio dura de 4 a 10 horas. Neste período a vaca apresenta todos os sintomas mencionados anteriormente, com a diferença que não aceita a monta.

Para melhor detecção do cio, pode-se utilizar rufiões com ou sem bucal marcador. O bucal de tinta preso ao pescoço do rufião tinge o lombo das fêmeas que estiverem aceitando a monta, auxiliando na detecção do cio.

Pode-se utilizar dois tipos de rufiões: os machos e as fêmeas androgenizadas. Os rufiões machos passam por uma cirurgia para evitar a penetração e a ejaculação durante a monta. Vários tipos de cirurgias são adotadas. Consulte um veterinário para orienta-lo sobre a melhor opção na sua propriedade.

Para obtenção de vacas androgenizadas é feito um tratamento com aplicações de testosterona.

Geralmente são escolhidas novilhas mais masculinizadas e de preferência do mesmo lote das vacas. Esta vaca terá um comportamento semelhante ao do macho. A proporção de rufiões utilizados é de, em média, um animal para cada 30 vacas.

O momento ideal de inseminar é no final do cio, quando a probabilidade de fecundação é maior devido a alta fertilidade da vaca.

Um método prático e com ótimos resultados é o proposto por Trimberger:
Vacas e cio pela manhã deverão ser inseminadas na tarde do mesmo dia; vacas observada em cio a tarde devem ser inseminadas no início da manhã seguinte.

Antes de iniciar a inseminação, examine atentamente a ficha do animal, e verifique as últimas ocorrências. Em caso de qualquer anormalidade ou se a vaca pariu há menos de 45 dias, não realize a inseminação.

Contenha o animal no tronco e faça o exame do muco que deve ser semelhante a clara de ovo. Se o muco apresentar qualquer alteração, a vaca não deve ser inseminada. Todas estas observações devem ser anotadas na ficha do animal e comunicadas ao técnico responsável.

Coloque sobre uma mesa ou balcão todo o material a ser utilizado.

Corte uma pequena abertura no saco plástico de bainhas, na extremidade que contém a bucha, exteriorize a ponta de uma bainha por vez. Não retire a bainha até o momento da inseminação.

Retire e prepare uma luva.

Separe um pedaço de papel para secagem posterior da palheta.

O aplicador universal serve tanto para a palheta média quanto para a fina. Verifique se a extremidade está adequada para o tipo de palheta. Retire o êmbolo metálico colocando-o de lado.

Faça a limpeza do reto da fêmea, e em seguida utilize o papel para limpar a vulva. É muito importante uma cuidadosa higienização da vaca.

Identifique o sêmen do touro a ser utilizado e abra a tampa do botijão.

Levante a caneca contendo o sêmen até no máximo 5 cm abaixo da boca do botijão. Retire a dose de sêmen com o auxílio de uma pinça. Não ultrapasse 5 segundos para este procedimento. Em caso de dificuldade para retirar o sêmen, abaixe a caneca por alguns segundos e faça uma nova tentativa.

Em seguida mergulhe a palheta com a extremidade da bucha voltada para baixo, em água a temperatura entre 35 e 37° C por 30 segundos. É importante cumprir à risca estas recomendações.

Com a utilização do termômetro, verifique constantemente a temperatura da água para que não ultrapasse os limites especificados acima. Pode-se também utilizar um descongelador eletrônico que mantém a temperatura da água constante.

Atenção: O sêmen nunca deve ser recongelado.

Depois de descongelada, enxugue a palheta com papel toalha ou higiênico e corte a extremidade oposta a da bucha. Se for palheta média faça o corte em forma de bisel e se for palheta fina corte reto para evitar o refluxo do sêmen.

Encaixe a extremidade cortada da palheta na bucha da bainha.

Introduza o aplicador na bainha empurrando a palheta até a ponta. Fixe a bainha no aplicador através do anel plástico. Encaixe o êmbolo metálico vagarosamente até encostar na bucha da palheta.

Vista a luva e com o aplicador montado dirija-se até a vaca.

Tome muito cuidado com a higiene durante estes procedimentos. Os materiais não devem encostar nas instalações, roupas, animais e outros fômites que podem contaminar o sêmen.

Abra a vulva da vaca e insira o aplicador na vagina, de baixo para cima.

Introduza delicadamente a mão que está livre no reto do animal envolvendo e fixando a cervix. Oriente a introdução do aplicador até a entrada da cervix.

Faça movimentos com a mão que está fixando a cervix até a passagem completa do aplicador pelos anéis.

Deposite o sêmen após o último anel pressionando lentamente o êmbolo do aplicador.

Retire o aplicador e o braço e faça uma leve massagem no clitóris da vaca.

Retire a bainha descartável, envolvendo-a com o verso da luva e jogue-as no lixo.

Periodicamente faça uma limpeza do aplicador universal com álcool.

Em seguida anote todos os dados da inseminação na ficha do animal (Data da inseminação, período, nome do touro, nome do inseminador, etc)

HISTÓRICO DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

PROCEDIMENTOS PARA COLHEITA DO SÊMEN – Disponível no Vídeo de Inseminação

EXAMES LABORATORIAIS E ENVASAMENTO DO SÊMEN – Disponível no Vídeo de Inseminação

MANEJO DA PROPRIEDADE – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

INSTALAÇÕES – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

APARELHO REPRODUTIVO DA VACA – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

SINCRONIZAÇÃO DO CIO – Disponível no Vídeo de Inseminação

CIO DE ENCABELAMENTO – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

CIO SILENCIOSO – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

HEMORRAGIA DE METAESTRO – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

TIPOS DE EMBALAGEM DE SÊMEN – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

CUIDADOS NO MANEJO DO BOTIJÃO – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

INSEMINADOR – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

HIGIENE – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação

PASSO A PASSO DA INSEMINAÇÃO – Disponível no Manual e Vídeo de Inseminação