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Planejamento pré-Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)

Um fator importante e determinante para o sucesso de uma fazenda que produz bezerros, seja ela de cria ou ciclo completo, é o resultado de prenhez ao final da estação de monta ou mesmo do período de exposição das matrizes aos touros em fazendas que não têm estação de monta mais curta.

A grande maioria das fazendas de corte do Brasil, principalmente no Centro-Oeste, realiza o período de exposição das vacas aos touros entre os meses de novembro e fevereiro. Este período é muito importante. Afinal, o desempenho durante a estação de monta causará grande impacto no processo. Bons índices de prenhez resultarão em número maior de bezerros nascidos e, por consequência, mais bezerros à desmama.

Nesse período do ano, também temos os maiores volumes de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Este processo provocou uma revolução em termos de produção de gado de corte, pois permite inseminar um número maior de vacas, que permaneceriam em anestro pós-parto e que dificilmente manifestariam cio. Com o protocolo de IATF, conseguimos emprenhar as vacas logo após o parto, melhorando seu período de serviço, e manter o intervalo entre partos perto do ideal, que é por volta de 12 meses.

O sucesso da inseminação artificial no Brasil inevitavelmente passa pela utilização dos protocolos de IATF e a técnica apresentou grande crescimento desde sua aplicação prática no campo, tanto é que, em 2021, foram comercializados mais de 26 milhões de protocolos de IATF. Esses dados indicam que mais de 93% das inseminações realizadas no Brasil foram por esse método.

Porém, para seu sucesso, alguns pontos críticos devem ser observados e planejados com antecedência para evitar surpresas desagradáveis. É o caso de:

  • Bem-estar animal
  • Manejo sanitário – vacinas reprodutivas
  • Avaliação ginecológica
  • Escore de condição corporal
  • Higiene no momento da inseminação
  • Inseminador

Bem-estar animal – É o estado em que os animais se encontram quando são fornecidas todas as condições para que eles vivam em sua zona de conforto. Independentemente da finalidade para a qual o animal é criado, as condições são ajustadas e controladas de tal modo que, dentro das suas necessidades específicas, eles sejam capazes de produzir mais e melhor.

Portanto, o bem-estar deve ser uma preocupação constante na criação de animais. O máximo do seu desempenho será dependente do seu conforto. Nisso, incluímos alimentação adequada em quantidade e qualidade, água de bebida também em quantidade e qualidade, condições sanitárias ideais e de segurança, permitindo que o animal expresse todo seu potencial produtivo.

Inúmeros trabalhos científicos comprovam que animais calmos, sem estresse, apresentam, por exemplo, melhores resultados de fertilidade. Para tanto, a fazenda deve apresentar estrutura de currais e troncos de contenção que permitam o manejo dos animais com menos estresse e que diminuam a ocorrência de acidentes.

Esses fatores associados resultarão em melhores índices reprodutivos e de satisfação na equipe de trabalho.

Manejo sanitário (vacinas reprodutivas) – As doenças reprodutivas em bovinos causam grandes prejuízos e atuam de forma silenciosa, pois na sua maioria não apresentam sinais clínicos, o que dificulta seu diagnóstico. Em geral, são provenientes de agentes infecciosos, que atacam o sistema reprodutor das vacas, capazes de causar abortos espontâneos e prejuízos aos fetos. Quando esses sinais aparecem, o médico-veterinário deve ser chamado para auxiliar o produtor no diagnóstico preciso e indicar a melhor opção de tratamento.

Como forma preventiva, a recomendação é a utilização de vacinas reprodutivas, mas o ideal é que a fazenda consulte um médico-veterinário para instituir um calendário sanitário mais adequado à sua realidade, do seu rebanho e dos seus objetivos de seleção. Com isso, minimizam-se as perdas, evitando quedas de fertilidade e diminuição do número de abortos.

Avaliação ginecológica – A avaliação ginecológica em fêmeas bovinas é essencial para o manejo reprodutivo. Pelo exame reprodutivo, o médico-veterinário avalia o estado físico e clínico das matrizes. Assim, consegue informações importantes sobre a saúde das vacas, evitando perdas econômicas. A melhor época para este exame é antes da estação de monta, garantindo que as vacas entrarão em reprodução no seu melhor estado sanitário. Ele deve ser feito em todas as fêmeas aptas à reprodução.

Com esse diagnóstico prévio de possíveis patologias, o criador pode elaborar um programa de descarte programado, evitando gastos desnecessários pela manutenção de fêmeas inaptas no rebanho. O exame ginecológico deve ser realizado sempre pelo médico-veterinário.

Escore de condição corporal – O escore de condição corporal (ECC) é uma nota subjetiva, que busca classificar as vacas de acordo com a sua condição corporal num determinado momento. Essa classificação variará de acordo com o grau de acúmulo de gordura e a musculosidade na carcaça.

Bovinos têm como característica acumular gordura nos períodos de fartura para utilizar como reserva energética em períodos de escassez e isso vem desde o princípio, quando viviam como nômades fugindo de predadores e na busca por alimentos. Essa particularidade hoje é um indicador de fertilidade. Afinal, fêmeas que apresentam maiores reservas energéticas na carcaça tendem a apresentar melhores índices de fertilidade.

Um fato já consolidado é que vacas em melhores escores de condição corporal apresentam maior diâmetro do folículo dominante, maior população folicular ovariana e maior fertilidade. Dessa forma, todo produtor e técnico devem estar atentos ao escore de condição corporal das vacas nos períodos críticos do ano, para acompanhar e se preparar para que, no momento do parto, este escore seja o suficiente para garantir os bons índices durante a IATF. Categorias de fêmeas requerem escores diferentes para garantir melhores índices de prenhez, mas se um ECC mínimo de 3,00 for garantido para todas as categorias serão obtidos bons resultados nos programas de IATF.

Higiene no momento da inseminação – Fator determinante no processo de inseminação artificial, seja ela em tempo fixo, ou mesmo a convencional, é a atenção com a higiene no ato da inseminação. A ausência de higiene pode significar contaminações que terão impacto direto no índice de prenhez.

Diante disso, deve-se ficar atento aos equipamentos que serão utilizados. Eles devem estar limpos e ser mantidos em local adequado, livre de contaminações. Após o processo de inseminação, a bainha utilizada deve ser descartada.

É necessário ter atenção também com a vaca. Ela deve passar por higienização mínima na região perineal, que garanta que não haverá contaminação durante o procedimento. Essa limpeza deve ser feita com água limpa e, posteriormente, deve ser utilizado papel toalha para secar.

Um processo realizado com higiene garantirá melhores resultados de prenhez.

Inseminador – O inseminador é peça fundamental no processo de inseminação artificial e precisa estar capacitado para desempenhar esse papel com excelência. A influência do inseminador pode representar até 50% do sucesso ou insucesso da técnica. Portanto, ele deve estar sempre atualizado para atingir o máximo do seu desempenho.

O criador deve estar atento para manter sua equipe de inseminadores atualizada. A CRV é parceira nesse processo, pois somos referência nesse tipo de treinamento há mais de 50 anos.

Os cursos da empresa são realizados na CTA Bravo, sob supervisão da equipe da CRV. Cercado de cuidados com esses pontos e utilizando o sêmen dos touros da CRV, são colhidos bons resultados no campo.